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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Novela de rádio

Programa de auditório

(A peça começa com a música-tema do Programa “A voz do Brasil”, entram os jornalistas)


Locutor 1- Em Brasília 19 horas. Está começando a voz do Brasil
(Vinheta da música)

Locutor 1- O palácio do planalto está diante de um impasse constrangedor.
Locutor 2- É que a comissão parlamentar de inquérito que investiga as CPIs dos últimas 15 anos chegou a uma conclusão surpreendente. Locutor 1- Após anos de investigações, eles descobriram que não descobriram nada.
Locutor 2 - Apenas apimentaram o molho da pizza gigante que se forma no Distrito Federal.
Locutor 1- Os senadores e deputados se reuniram para comemorar o resultado dessas fantásticas investigações. E para sacramentar seus esforços...
Locutor 2- Decidiram aumentar seus salários em 100% (barulho de caixa registradora).
Coro - É fantástico!
Locutor 1- Sensacional!
Locutor 2- Mas primordial
Locutor 1- E agora vamos direto ao Rio de Janeiro com as informações da reporte Helena Grande.

Helena Grande - No Rio de Janeiro os termômetros marcam 40º
Coro – Rio 40 graus cidade maravilha purgatório da beleza e do caos (bis)
Helena Grande - E continua aumentando.
Coro de jornalistas - (Com as principais manchetes de jornais do dia as mais bizarras).
Helena Grande - Do Rio de Janeiro, Helena Grande.
Locutor 1- E se desfaz neste momento, em cadeia nacional de rádio, “A VOZ DO BRASIL”.

(Vinheta da música)

Locutor 2- Fique agora com as noticias da câmara dos deputados e do senado
Coro - A gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando. (faz um gesto com a mão).
Coro de jornalistas - (Com as mais bizarras reportagens).
Locutor 1- E se desfaz neste momento, mais um noticiário da câmara, e do senado. (Entra uma música bruscamente)


(Música da sogra: samba)
Refrão
Olha que situação é verdade
Minha sogra é um cão cheio de maldade

A velha é um nó no pescoço
Um cachorro com osso
Um bucho inchado

Pior do que dor de barriga
Crise de lobriga
Furunco inflamado

Refrão

A velha e pior do que enxaquecas
Unha encravada e xeque furado
Pior do que inflação, salário atrasado e cobrador do lado

Refrão

A velha é uma dor de barriga
Uma rede de intrigas
Um falso do lado
Preciso estar com os pés no chão ou aturo esse cão ou eu deixo de lado

Refrão

(Entra um locutor acima do normal)

Locutor - Boa noite, meu Rio de Janeiro. Está começando mais um programa de auditório “A VOZ DO RIO”, com a apresentação deste que vos fala. E vocês não podem perder ainda hoje... a minha a sua a nossa novela de rádio. Por que aqui a estrela é você! E vamos parar de balela e animar a galera por que está chegando até você o (?)

Entra uma música

“Rio de Janeiro/ cidade que nos conduz/ de dia falta água/ de noite falta luz”

Locutor - Este é o meu Rio de Janeiro; Abandonado por inteiro mas no padrão de beleza sempre será o pioneiro. Este não é um programa só de músicas mas de muito entretenimento e muito humor que visa levar alegria para todos os lares do meu Brasil.

Entra a música de Cazuza “Brasil”

Locutor – Obrigado! Obrigado, mas muito obrigado, meu Deus. Por mais este dia no Rio de Janeiro.

(Entra a música “obrigado”)

E agora meu amigo ouvinte que está chegando do trabalho. É hora de mais um capítulo de nossa novela de rádio.

(Entra um locutor romântico)






(Na pacata cidade de Buraco Fundo o que há de mais autêntico é a novela de rádio).

Locutor - Boa noite senhora dona de casa... meu amigo que está chegando do trabalho... povo de buraco fundo, meu cordial boaaa! Noite.

(entra em casa uma senhora aflita e liga o rádio apressada)

Senhora- Jesus, minha nossa senhora, eu ia perdendo a hora da novela mas, graças a Deus, eu cheguei a tempo. ( Respíra fundo e começa a ouvir)

Locutor - Está começando mais um capitulo da minha, da sua, da nossa novela predileta... “calcinha furada”. E no capitulo de hoje a grande noite de Ângelo e Ângela. ( romântico )

Ângela - Ai meu amor, como você esta cheiroso! Você vai acabar me deixando louca! Ai, gostoso, chega mais, chega mais.

Ângelo - Querida, nós vamos ter uma noite fantástica, vamos incendiar esta cama rolando a noite toda! Ai, meu amor! (fortes suspiros e sussurros ).

Senhora - (Começa a ficar excitada com o dialogo do casal. E, pega o rádio e cola no ouvido.)

Ângela - Ai! Meu amor me abraça mais forte, me beija, me lambe, me bate. Bate mais... bate mais forte! Eu gosto assim... vai, vai gostoso, ai ,ai, ai bota , bota tesão.

(Nesse momento a velha já está começando a subir pela paredes, rolar no chão, que loucura).

Ângelo - Querida, adoro quando você bota essa calcinha furada ai! Ela me deixa louco ai, ai a...aaaaaar!(muitos suspiros ).

Ângela - Querido adoro quando você chega assim energizado. Vai, me devora... é assim que eu gosto mesmo. Só você sabe fazer gostoso, ai estou voando gostoso... faz mais vai, vai ,vai, ai....iiir!

( Nesse momento a senhora já tem rasgado parte da roupa rolando no chão e beijando o rádio)

Ângela - Ai, querido, como é grande como é grande!...o meu amor por você ai!

(Nesse momento a velha começa a roçar em tudo que objeto praticamente louca ).

Locutor - E amanhã voltaremos com mais um capitulo de sua novela predileta... (voz romântica) “calcinha furada”

Senhora - (depois de instantes, se dá conta de que acabou) O que? Acabou? Agora que estava ficando bom. Eu já tava pegando fogo, Jesus! Tenho que apagar esse fogo (pega um objeto e sai ) Vou pro chuveiro me libertar desse fogo.

Entra um comercial ( ? )

Locutor - (voltado) E voltamos com vocês, para celebrarmos mais um momento de alegria. Vamos celebrar a vida e o seu dia a dia, por que por mais difícil que seja a vida, vale a pena ser vivida. Viva para atingir o seu potencial! o que é o que é meu irmão? É a vida! É bonita!

(Entra a música de Gonzaguinha “o que é o que é?”)

Locutor- Que maravilha! Que saudade” Que o orgulho de ser brasileiro e morar no meu Rio de Janeiro, porque o Rio continua sendo o Rio de Janeiro fevereiro e março alô alô seu Chacrinha aquele abraço.

(Entra a música “o Rio de Janeiro continua lindo o Rio de Janeiro continua sendo o Rio de Janeiro fevereiro e março...etc...”)

Locutor- E voltamos com mais um capitulo de nossa novela predileta
Coro - “Calcinha furada”

(Entra a mesma velha do capitulo anterior dentro de uma Igreja e vai ao confessionário).

Velha - Padre, Padre Ambrosio! Preciso me confessar. ( chorando e comendo uma banana).
Padre- Você de novo? (O padre está costurando uma roupa ou manuseando alguma coisa)
Velha - Sim, padre, eu de novo. Eu não sei o que é que eu tenho, que nem um homem olha para mim.
Padre- Não será o que você não tem?
Velha - Olhe aqui padre:. Eu tenho tudo de bom pra dá. Me diga o que é que eu faço com este fogo que me queima.
Padre - Vá aos pés de São Pedro e reze trezentos Pai Nosso e trezentas Ave Maria. E só volte daqui a uns seis meses e me diga o que mudou.
Velha- Mas padre... Não é Santo Antonio?
Padre- Por que Santo Antonio sempre fica com a parte mais difícil? (Com outro tom de voz) Procure São Pedro, ele é mais desocupado.
Velha- Mas, padre... Trezentos Pai Nosso e trezentas Ave Maria, todo dia? O senhor acha isso pouco?
Padre- Tudo bem minha filha! Reze mais quatrocentos Credos pela sua desobediência.
Velha - Credo!
Padre - Creio em Deus padre, e vá. (ela sai chorando) Todo dia a mesma coisa é demais! Nem Deus aguenta isso, quanto mais eu que sou padre.

(Entra uma ninfeta toda exuberante que entra no confessionário e começa a falar toda dengosa.

Ninfeta- Padre!
Padre- Pode falar que eu estou ouvindo (continua fazendo algo).
Ninfeta - O senhor está zangado?
Padre - Eu? Que isso! Todo mundo vem aqui pedir para que eu resolva seus problemas, e eu? Como fico? Quem vai resolver os meus?
Ninfeta - Então o senhor não vai poder resolver meu problema.
Padre - E qual é o seu problema, minha filha?
Ninfeta - Acho que só Deus.
Padre - Mais um problema para o padre. Todo mundo vem aqui pedir ajuda a Deus, e o padre é que paga o pato, desembuche.
Ninfeta - É que eu estou com problema de amor mau resolvido.
Padre - É só o que me faltava! Toda gorda desta cidade vir aqui falar de casos de amor mau resolvidos.
Ninfeta - É que minha mãe...
Padre - E quem é sua mãe?
Ninfeta - Maria Sabiá
Padre - Hein!? (Larga tudo e olha pelo buraco do confessionário) Conte-me tudo, não me esconda nada. Eu sou todo ouvido.
Ninfeta - Eu posso voltar depois o senhor estava tão bravo.
Padre - Imagine! Eu? Nada ! Eu sou um filho de Deus que está sempre pronto para cuidar das ovelhas do seu rebanho.
Ninfeta - É que eu... e o cacau... estamos namorando. E ele ontem me chamou de gostosa.
Padre - Sim é verdade...! Quero dizer... É verdade?
Ninfeta - E depois, ele me beijou na boca.
Padre- Na boooca!
Ninfeta - E depois!
Padre - E depois?
Ninfeta - Depois ele foi descendo, descendo.
Padre - Foi descendo? Malvado ( abraça uma boneca inflável).
Ninfeta - Essa, foi a parte que eu mais gostei. Por que ele, desceu mais, e foi tirando minha roupa com os dentes, uma por uma, e me beijando dos pés a cabeça, eu fiquei louca.
Padre - (Com um tom de voz diferente)Eu também estou ficando!
Ninfeta - E começou subir aquele fogo.
Padre - Esse fogo? (se abanando com as mão).
Ninfeta - Daí, eu não vi mais nada! Por que o fogo me queimava... e queimava fervorosamente. O senhor não imagina a loucura.
Padre - Ah, eu imagino...imagino!
Ninfeta - Só que minha mãe bateu na porta do quarto e cortou meu barato. Ele saiu pela janela!
Padre - E aí?
Ninfeta - Eu fiquei no fogo e nada mais.
Padre - Você quer apagar seu fogo?
Ninfeta - Sim quero! Eu já não suporto esse fogo! Minha mãe disse que eu tenho que rezar com o padre por que o senhor é muito experiente e pode resolver esse problema com poucas palavras.
Padre - Isso é verdade minha filha. Venha cá que eu vou lhe mostrar o mapa do caminho.
Ninfeta - Eu só vou tirar minhas coisas e já entro.

(O padre entende, acha que ela vai tirar a roupa e tira toda a sua roupa também. Fica só de cuecão .A velha, tendo voltado da penitência, vem falar com o padre. Então a garota sai).

Velha - Pronto padre! Eu estou pronta.
Padre - Pode entrar, meu chuchuzinho! ( agarra a velha e quando vai beija-la toma o maior susto) Aaaai!! Mas que marmota é esta? Você de novo? Será o Benedito?
Velha - Padre Ambrosio, o que é isso? (estupefata)
Padre - Isso o quê?
Velha - ( aponta maravilhada para a cueca do padre).
Padre - ( se enrola com as palavras e com a roupa) Bem... ah...um...um! é um apito de chamar anjos (juntando as roupas).
Velha - Padre eu posso assoprar no seu apito de chamar anjos?
Padre - O quê? ( tampando as coisas) mais o quê que a senhora está pensando? Você vai pro inferno. (bravo) Suma daqui

(Ela sai correndo)

Padre - (tirando as coisas da frente) Se bem que num caso desses bem que... (sai atrás dela).

Locutor - Mas o que é isso minha gente? Que loucura!
(Entra a música “está chegando a hora”) Estamos chegando a mais um final de mais um programa de auditório. Boa noite... boa noite, Brasil! Boa noite, Rio de Janeiro.

Fim

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